A história da Xiaomi, o prodígio vindo da China
Xiaomi, uma "pequena notável" vinda da China que conquistou fãs ao redor do mundo - inclusive no Brasil - e dá muita dor de cabeça para as gigantes da indústria de eletrônicos no Oriente.
A Xiaomi não tem muito tempo de vida, mas conta com uma história de sucesso e um catálogo já bastante respeitado de produtos nas mais diferentes áreas. A seguir, conheça toda a trajetória e os principais destaques dessa companhia.
O início de tudo
A Xiaomi foi fundada por oito sócios nos arredores de Pequim, na China, em abril de 2010. Um deles é o primeiro e atual CEO, Lei Jun. Ele começou como engenheiro da Kingsoft, uma das empresas de software mais poderosas do país. Os outros parceiros incluem até ex-executivos das filiais da Google e da Motorola na China - ou seja, experiência no mercado não falta.
Mas você sabe o que significa Xiaomi? Em chinês, o nome é literalmente "pequeno arroz". A palavra agrega várias espécies de cereais, mas a escolha do nome é bem mais profunda.
Durante a segunda guerra sino-japonesa, de 1937 a 1945, o líder Mao tse Tung dizia que a China combatia usando "xiaomi e rifles". Além disso, no budismo existe o ditado de que um único grão de arroz é capaz de ser tão incrível quanto uma montanha. Esse alimento representa então uma base sólida e força e hoje é presença certa na mesa de boa parte da população de lá. A marca Xiaomi quer ter uma base tão bem estabelecida e ser tão importante e essencial para as pessoas quanto esses cereais.
Começando nos eletrônicos
O primeiro produto dela foi a MIUI, uma skin baseada no Android para ser usada por cima do sistema operacional da Google - e que é atualizada até hoje. A primeira versão saiu em abril de 2010 e tinha como base o Android 2.2 Froyo.
A primeira delas só tinha chinês como idioma, adicionando uma série de apps e extras. Aí vem a primeira das comparações dela com a Apple, porque essa interface já foi bastante comparada ao iOS.
Já o primeiro hardware saiu em agosto de 2011. O Xiaomi Mi1 foi o primeiro smartphone da China com chip dual-core e prometia boas especificações técnicas por um preço surpreendentemente baixo. Foram mais de 300 mil pedidos de pré-venda em menos de 2 dias.
Os modelos Mi2 e Mi3 também foram um sucesso, e o Mi4 foi chamado pela própria marca por algum tempo como o mais poderoso que ela já lançou. A empresa começou a internacionalização em 2014, expandido para Singapura e logo depois para outros países próximos, como a Índia.
Nesse mesmo ano, ela adquiriu o domínio mi.com pelo equivalente a 11,7 milhões de reais, a maior quantia já gasta na compra de um endereço online na China. Isso ajudou a fortalecer a marca Mi no lugar de Xiaomi - com a sigla ganhando o significado de "Mobile Internet".
Aí a empresa começou a diversificar a linha: apresentou o Mi Pad, um tablet com tela de 7,9 polegadas e processador NVIDIA Tegra K1. Tem ainda o phablet Mi Note e uma versão ainda maior dele, que é a linha Mi Max. A segunda geração do Mi Max, que foi apresentada em maio de 2017, tem tela de 6,44" e uma bateria monstra de 5.300 miliampere-hora.
Recorde atrás de recorde
A linha que mais dá alegria para a empresa é a Redmi. Ela tem como diferencial os componentes mais baratos e um preço ainda mais agressivo. Em abril de 2015, bateu o recorde de mais celulares vendidos em um só dia em uma plataforma online. Foram 2 milhões, 112 mil e 10 dispositivos pelo site Mi.com para comemorar o aniversário de 5 anos da empresa.
E muita gente se pergunta - e com razão: como a Xiaomi vende seus produtos tão barato e ainda tem lucro? O fato é que ela usa alguns modelos de negócio bem próprios que a fazem gastar pouco e ganhar dinheiro vendendo os aparelhos por preços bem chamativos.
Para começar, a fabricação dos aparelhos ocorre com várias parceiras locais, que também já fazem componentes pra gigantes da área, como Apple e Sony. Ela também usa o menor espaço físico possível, preferindo lojas online e promoções no próprio site. E ela controla muito bem o estoque, vendendo de forma relâmpago e com ótimo marketing só quanto ela sabe que com certeza vai esgotar.
Isso a fez construir uma legião de fãs, os chamado Mi Fans, que são pessoas que de maneira voluntária consomem e promovem a marca, especialmente na internet. A cor laranja da logo virou marca registrada.
Ela está em tudo
Atualmente, a empresa também é forte no segmento de Internet das Coisas e de saúde, lançando vários produtos de fabricação própria. Tem monitor de pressão sanguínea, purificador de ar, aspirador, roteador, drones, televisores, action cam, scooter elétrico e até panela de esquentar arroz. A maioria deles só chega por aqui via importação ou por terceirizadas, e o preço dificilmente é muito competitivo.
Em cinco anos, a Xiaomi acumulou valor de mercado de 45 bilhões de dólares, base de mais de 160 milhões de usuários e um portfólio variado.
E você sabia que um dos maiores responsáveis pela expansão global da Xiaomi é um brasileiro?
A Xiaomi do presente
Em outubro de 2016, a Xiaomi apresentou um dos smartphones mais surpreendentes daquele ano. É o Mi Mix, que tem uma tela que ocupa praticamente toda a parte frontal do aparelho, corpo elegante de cerâmica e especificações de top de linha. Esse estilo foi adotado por várias rivais em 2017, e o estoque online inicial do Mi Mix acabou em nada menos que 10 segundos.
A Xiaomi é hoje uma das empresas mais fortes da China e uma das marcas que fazem gigantes como Samsung e Motorola suarem para vender bem em certos países do Oriente. Ela foi uma das primeiras do país a mostrar que a China tem muito a oferecer no mercado de tecnologia para todo o mundo, e hoje a gente vê aí outras empresas, como a Oppo e OnePlus, fazendo bonito no setor.